Restos de Colecção: O 1º Automóvel em Portugal

16 de maio de 2010

O 1º Automóvel em Portugal

Estávamos em 1895 e o Conde Jorge de Avilez importou de Paris este Panhard-Levassor”. Na alfândega de Lisboa, ao decidirem a taxa a aplicar, hesitam entre considerar aquele estranho objecto máquina  agrícola ou máquina movida a vapor. Acabam por se decidir por esta última.


A velocidade máxima deste veículo era de 15 Km/h, utilizava um motor dianteiro “Daimler” e tracção traseira.

Logo na 1ª viagem ocorreu o primeiro acidente (e mortal) de viação em Portugal. Este automóvel na sua deslocação de Lisboa para Santiago do Cacem atropelou ... um burro. Mas, segundo a notícia publicada a 20 de Outubro de 1895 no jornal setubalense "O Districto", o burro apenas ficou ferido ligeiramente, quando ao descer a calçada íngreme de Palmela, o Conde d'Avilez atropelou o animal. O populares obrigaram-no a deixar um depósito de 40$000 reis. No dia seguinte o burro foi novamente inspecionado verificou-se que estava bem de saúde. O dono ficou com 2$000 reis e devolveu o resto do dinheiro.  Entre várias viagens efectuadas pelo Conde de Avilez contam-se uma ida a Beja e outra a Évora.

Outra curiosidade: Este "Panhard Levassor", em 1897, foi trocado por um "Decauville" (com motor "Benz" de 3 cv) que terá sido o 1º automóvel aparecido na cidade do Porto e que deu origem ao primeiro negócio de troca de automóveis em Portugal.

2 comentários:

Cecília Matos disse...

Gostaria de completar este artigo dizendo que segundo a notícia publicada a 20.10.1895 no jornal setubalenso O Districto, o burro apenas ficou ferido ligeiramente, quando ao descer a calçada íngreme de Palmela, o conde d'Avilez atropelou o animal. O populares obrigaram-no a deixar um depósito de 40$000 reis. No dia seguinte o burro foi novamente inspecionado verificou-se que estava bem de saúde. O dono ficou com 2$000 reis e devolveu o resto do dinheiro. O trem era movido a petróleo e nele viajava o conde d'Avilez e um engenheiro francês. Vieram do Barreiro, passaram por Palmela e seguirem para Setúbal, e depois Santiago.

José Leite disse...

D. Cecilia Matos

Grato pela sua preciosa informação, que vou adicioná-la ao artigo, se não se importar.

Os meus cumprimentos

José Leite