Restos de Colecção: Restaurante “Folclore”

22 de abril de 2018

Restaurante “Folclore”

O Restaurante e Bar "Folclore", propriedade da "Sociedade Central de Cervejas, S.A.R.L.", foi inaugurado a 6 de Outubro de 1959, na Rua Nova da Trindade, nas instalações da “Cervejaria Trindade".

Relembro que foi em 21 de Junho de 1934, que foi constituída a “Sociedade Central de Cervejas” (SCC), fruto da associação da “Companhia Produtora de Malte” e Cerveja Portugalia”, da Companhia de Cervejas Estrella”, da Companhia da Fábrica de Cerveja Jansen e da ”Companhia de Cervejas de Coimbra”. Impondo os interesses da família Vinhas,  capital inicial perfilhava os 100.000 escudos, divido do seguinte modo: Portugália e Estrela com 40,9%, Jansen com 10,2% e Coimbra com 8%. Em 1934 o património da “Fábrica de Cervejas da Trindade”, incluindo a sua Cervejaria, é integrado na SCC, depois de ter sido adquirido em hasta pública.

Foi em 1840 que abriu o balcão de venda directa ao público de cerveja na "Cervejaria Trindade", instalada na primeira sala que restava do refeitório dos frades Trinos.

1907

Entre 1946 e 1948 são promovidas obras de ampliação da “Cervejaria Trindade”, e em consequência das mesma é criada uma nova sala, decorada com painéis em mosaico de pedra, estilo calçada portuguesa, da autoria da pintora e ilustradora Maria Keil., razão pela qual ficou designada por “Sala Maria Keil”. Neste espaço, e no passado, esteve instalada a  Igreja do Convento da Santíssima Trindade, e nos espaços anexos, funcionou entre 1836 e 1935 a "Fábrica de Cerveja Trindade".

“Sala Maria Keil”, onde se viria a instalar o restaurante “Folclore”

Folclore.15 Folclore.16

Em 1959, a “Sala Maria Keil” foi separada da "Cervejaria Trindade", e depois de transformada sob projecto dos arquitectos Alberto José Pessoa e Raúl Chorão Ramalho, passa a funcionar o Restaurante "Folclore", entre 1959 e 1972. Foi um restaurante típico de qualidade, virado para o turismo e divulgação da arte popular portuguesa. As capas dos seus menús eram desenhados por Jorge Matos Chaves.

A sua inauguração oficial foi a 6 de Outubro de 1959, mas a sua abertura ao público só seria 4 dias mais tarde, em 10 de Outubro.

Interior do restaurante “Folclore”

 

17 de Abril de 1964

 

Capas de «menú» da autoria de Jorge Matos Chaves

       

Palco do restaurante “Folclore”

Julho de 1963

Primeira publicidade aquando da sua abertura ao público em 10 de Outubro de 1959, e outra em Outubro de 1963

   

Fotos e carteira de fósforos alusivos ao jantar com a gerência da firma "Danisol - Representações, Lda." em 1966 e 1968



Fotos gentilmente cedidas por D. Maria João Pimenta

Julho de 1963

Ao mesmo tempo foi criado um Bar - parte integrante do Restaurante "Folclore" - instalado num saguão desaproveitado da "Cervejaria Trindade", sob uma cobertura envidraçada. A sua concepção ficou a cargo do designer Eduardo Anahory, que também desenhou o mobiliário. A decoração deste Bar incluiria um painel de azulejos da autoria da pintora Menez (Maria Inês Ribeiro da Silva), sua amiga.

Bar do “Folclore”

Painel de Menez por cima do estofado corrido

 

13 de Agosto de 1960

O Restaurante e Bar “Folclore”, encerraria definitivamente em 1972 e as suas instalações seriam reintegradas na “Cervejaria Trindade”.

Foto actual da “Sala Maria Keil”, ex- Restaurante “Folclore”, uma das salas da “Cervejaria Trindade”

Bibliografia:

- Foi consultada a “Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Arquitectura”, de José António Braz Borges. IST   Outubro 2010. Desta foram retiradas algumas fotos e gravuras, agradecendo  a gentileza do seu autor, na cedência deste documento.
- Site oficial da ”Cervejaria Trindade”

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma correcção: Eduardo Anahory não era arquitecto mas designer, apesar de ter desenhado e construído uma belíssima casa para si e infelizmente destruída, em Galapos. Designer de arquitectura, como já foi apelidado. Arquitectura efémera e mobiliário, sempre com qualidade.
Cumprimentos
Gonçalo

José Leite disse...

Caro Gonçalo

Muito grato pela correcção.

Os meus cumprimentos
José Leite